sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A quarta revolução educacional

Introdução.

Entende-se como a quarta revolução educacional um processo de inovação no sistema de ensino atual onde não somente os alunos mas também os professores sofrem impactos significativos com o uso de metodologias ativas de aprendizagens. Os alunos por sua vez, passam a ser protagonistas de sua aprendizagem e os professores tem um novo papel de tutores e orientadores desta aprendizagem. Busca-se neste artigo ilustrar a quarta revolução educacional e como ela se constitui e pode ajudar na educação dos alunos.

Dimensões da Quarta Revolução Educacional.

Um dos tópicos da quarta revolução educacional esta relacionada a conservação e inovação que precisam ser empregadas durante o processo de aprendizagem em sala de aula. Parte preocupante de muitos docentes é como trazer algo novo que mantenha a motivação dos estudantes durante a formação dos mesmos. No entanto, uma pergunta paira sobre a pensamento dos docentes: "Como posso inovar se preciso conservar?" Ao que parece a ideia de conservação e inovação, em sua primeira leitura, nos soa ambígua, porém quando se cita a conservação tem-se o sentido de que a educação e os conteúdos disseminados aos alunos na sala de aula trata-se de um conhecimento conservado ao longo da história da educação. A palavra conservação desta dimensão diz respeito a todo o conhecimento acumulado durante a história da humanidade.

Com relação a inovação, segundo Araújo (2015), considera-se que um novo modelo educativo precisa considerar em seu desenvolvimento dimensões complementares de conteúdo, de forma e de relações entre professores e alunos.

Dimensão de Conteúdo

Parte I.

Nesta dimensão o objetivo é inovar trazendo assuntos relacionados com a construção da ética e de responsabilidade social para a formação dos alunos focadas nos programas de educação básica, de pesquisa e de formação profissional, complementando e enriquecendo as concepções multi, inter e transdisciplinares de conhecimento.

Nos dias atuais, a sociedade tem gerado uma nova demanda para as escolas com foco na formação dos alunos não somente com as disciplinas básicas de português, matemática e ciências, mas também de valores, ética, responsabilidade social e cidadania para instruir e formar as novas gerações.

Portanto é necessário que assuntos relacionados a ética e responsabilidade estejam permeando os currículos das escolas como um todo de maneira a formar as gerações de formações futuras.

Parte II.

Na dimensão de conteúdo II a educação deve estar voltada para o pensamento sustentável que visa promover o pensamento critico e criativo dos alunos, que tenha a possibilidade de abrir possibilidades necessárias para compreender, manter-se atualizado e antecipar-se aos desafios subjacentes ao desenvolvimento sustentável da sociedade e humanidade como um todo.

O currículo das escolas devem estar permeadas de uma disciplina que despertem nos alunos a atenção voltada para a conservação do meio ambiente em relações sustentáveis em diversos níveis da sociedade. Fica difícil considerar que uma escola do século XXI não tenha esta preocupação na formação de seus alunos.

Parte III

Nesta dimensão o foco deve estar voltada para a vida cotidiana das pessoas incorporando ao currículo escolar assuntos dotados de problemas cotidianos e a resolução de conflitos que realmente estão presentes na sociedade. A preocupação deve estar focada para que as ferramentas aprendidas na escola sejam aplicadas na vida cotidiana, contextualizando os conteúdos da escola para a sociedade e vice versa, trazendo problemas cotidianos para a sala de aula.

Esta é uma mudança fundamental que precisa ser implantada nas escolas.

Dimensão da Forma

Para que as novas estruturas de curriculares elaboradas tenham efetividade na prática, a forma de expor os conteúdos deve ser reformulada de uma maneira geral. Não mais, somente, exposição dos conhecimento realizados desde o século 18, mas trazer uma mudança no modo de ensinar e aprender os conteúdos.

Segundo Araújo (2015), deve-se repensar os tempos, espaços e relações nas instituições de ensino e pesquisa, incorporando, também, as transformações radicais por que vem passando o acesso à informação e ao conhecimento decorrentes das revoluções tecnológicas recentes, voltadas aos processos de democratização da sociedade contemporânea.

Partindo do exemplo de um curso na modalidade a distância, seu tempo é radicalmente alterado ficando a critério do aluno se organizar durante a semana para acompanhar as vídeo aulas disponíveis nos sistemas de informação da instituição de ensino. No que tange o espaço, pode-se constatar que na grande maioria dos casos os alunos estão em suas casas ou na pior das hipóteses na empresa onde trabalham, não necessitando enfrentar trânsito para chegar a faculdade. Com relação a relação entre professor e aluno a mesma se dá através de ferramentas de comunicação a distância, chats de perguntas e respostas, correio eletrônico ou aplicativos de telefonia móvel. Por fim, a principal ferramenta para o sucesso de processo de aprendizagem é a tecnologia de informação responsável por levar o conhecimento a um maior número de pessoas da sociedade tornando a formação mais acessível.

Diante disso, com o acesso remoto e o uso da tecnologia, rompe-se os "muros" da escola que limitam os espaços educativos e de pesquisa para a sociedade que esta interessada em aprender e estudar.

Segundo Araújo (2015), o "Open and distance learning (ODL)", Aprendizagem Aberta e a Distância, e a utilização dos TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) são caminhos para a ampliação do acesso à educação de qualidade que considere a equidade. 

Dimensão Professor-Aluno.

Para uma mudança voltada para a quarta revolução educacional a relação ensino-aprendizagem deve ser dotada de uma inversão, deixando tal processo de centrar-se no ensino e sim na aprendizagem e no protagonismo do sujeito da educação, que deve ser autor do conhecimento.
Este aluno deixa de ter uma postura passiva no ensino passando a ser protagonista na construção de seu conhecimento e o professor assume neste novo cenário o papel de tutor e orientador dos alunos na construção de projetos e solução de problemas.

Metodologias Ativas de Aprendizagem.

Conforme dito no paragrafo anterior, existe a necessidade de uma mudança na relação professor-aluno que esta preocupada em tornar o professor um tutor e o aluno protagonista na construção de seu conhecimento e para isso a principal ferramenta utilizada sãos as metodologias ativas de aprendizagem.

Como exemplo pode-se citar a conhecida como ABPP que significa Aprendizagem Baseada em Problemas e Projetos que objetiva que os alunos trabalhem coletivamente buscando a solução de um problema real da sociedade. Neste processo não somente solucionam problemas respondendo perguntas mas também produzem e compartilham conhecimento através discussões realizadas em grupo.

Na Figura 1 abaixo é mostrado um exemplo de sessão de discussão realizada em uma sala de universidade dinamarquesa.

Figura 1: Trabalho em grupo universidade.
Fonte: Araújo (2015).

É importante ressaltar que na figura 1 não existe professor lecionando como na configuração antiga de sala de aula. Este é um grupo de alunos trabalhando num projeto para a solução de um problema.

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